sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Miss Brasília 2009

Nada de passarela e desfile: Miss Brasília foi eleita pela internet


Author:
Miss NET
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Date Posted: 20:07:33 02/26/09 Thu



Depois de Itapoã e Estrutural, onde as primeiras colocadas foram substituídas pela vice, o concurso volta a dar o que falar.

Nada mais surpreende quando o assunto é o Miss DF 2009. Só neste mês, a Miss Itapoã desistiu do posto por ciúmes do namorado e a Miss Estrutural foi denunciada porque estaria vivendo em situação de união estável, o que pelas regras do concurso é proibido — ela acabou sendo destituída. Ambas foram substituídas pelas vices-campeãs. Agora, é a vez da tecnologia entrar no concurso e causar discórdia entre as candidatas. Um fato inédito ocorreu na escolha da mais bela de Brasília, que engloba candidatas da Vila Planalto, Vila Telebrasília e Granja do Torto. A vaga foi disputada pela internet. Sem desfile, sem apresentações, sem discurso. Uma foto de rosto, algumas linhas descrevendo a candidata em uma página da web e pronto.

A vitoriosa, como não poderia deixar de ser, foi a que angariou mais votos, na raça. Ana Claudia de Almeida Ramos, de 19 anos, convocou familiares, amigos e amigos de amigos para votarem nela no site da Administração Regional de Brasília. De tanto insistir, a operadora de telemarketing e estudante de publicidade foi eleita ontem a Miss Brasília 2009 com 14.921 dos 35 mil votos. Linda, singela — nas atitudes e nas roupas. Maquiagem e produção podem até lhe realçar, mas Ana segura a própria beleza da forma mais difícil, de cara limpa.



Ana Claudia mobilizou amigos e parentes durante o carnaval para conseguir o título
E ela não desmereceu a nova forma de avaliação. “É inovação e a maioria das pessoas tem acesso à internet. No evento tradicional, é claro que se tem um maior grau de análise. Mas quem vota pelo site sabe do potencial de cada uma”, defende a vencedora. Entre as outras candidatas, a votação via internet causou insatisfação, quase revolta. Umas recriminaram enfaticamente a escolha pelo site. Outras, amenizaram, aceitaram, não rejeitaram de todo a ideia.

“É justo o concurso pela internet porque todos podem votar. Mas não dá para avaliar a candidata direito com uma foto apenas”, opinou a estudante de direito Denise Fernandes da Silva, 20, a vice-campeã, com 12.492 votos. “Os votos não foram dados pela minha beleza e minha competência e sim pela torcida que arranjei”, reclama a coordenadora de projetos sociais Taynah Reis, 21, que conquistou o terceiro lugar, com 5.552 votos.

Divergências à parte, o fato é que Ana, a morena vencedora, moradora da Asa Sul, de 1,76m, 62kg, colocou a boca no mundo. E se a determinação fosse um dos requisitos ela seria bicampeã. Ana ligou para a lista de amigos e implorou que eles espalhassem a notícia. A mãe tratou de falar com os parentes de Formosa (GO). A rádio da cidade não demorou a anunciar que a jovem concorria ao posto de mulher mais bela de Brasília.

Determinação
E isso durou todo o feriado de carnaval. “Não viajei. Fiquei em casa, com meus pais votando, e ligando para meus colegas. Ouvia o som de festa no fundo, mas pedia para eles acharem tempo e votar”, contou. A pressa era porque a administração convocou as interessadas em 16 de fevereiro. E os votos seriam computados do dia 18 até a tarde de ontem. “Pedi ajuda para parentes e amigos de São Paulo, Montes Claros, Curitiba e Goiânia. Com a internet isso foi possível”, disse Ana.

Essa é a justificativa para escolha da internet. “Brasília é atípica. Praticamente toda a população, até os mais humildes, tem acesso à internet. Em casa, no trabalho ou em lan houses. Avaliamos que esse era o meio mais democrático”, explicou a administradora de Brasília, Ivelise Longhi. Ela diz que também não houve tempo hábil para realizar um evento para a escolha da mais bela.

O Correio tentou ouvir as cinco inscritas no concurso, além da vencedora. Duas não retornaram as ligações. Taynah é enfática: “Beleza e talento, critérios básicos para se tornar miss, ficaram em segundo plano. O que contou para a eleição foi a capacidade de mobilização de parentes e amigos em pleno carnaval para votar insistentemente. Haja disposição para passar madrugadas em frente ao computador, mas não apenas essa capacidade tem que ser avaliada”, indignou-se.

Para ela, a internet limitou as avaliações. “Os principais pré-requisitos como beleza, talento e desenvoltura, não podem ser julgados por meio de uma enquete”, completou Taynah. “É um concurso que deveria ter sido feito ao vivo. Porque por foto as meninas podem usar photoshop ou um fotógrafo profissional”, reclamou a voluntária de uma ONG Carolina Biachini Seki, 18, que também concorreu ao posto.

Para Denise, a internet não é de toda vilã nesta história. “Acho legal votar pelo site. Mas acho que deveria haver desfiles também”, acredita a jovem, que espalhou fotos pela comunidade da Granja do Torto para angariar votos. A administradora cogita unir as duas formas de avaliação no próximo ano.

O fato é que a miss eleita está toda toda, ansiosa pelo 8 de março, quando disputará com as belas de todas as regionais o título de Miss DF 2009. Antes, Ana receberá a faixa no próximo dia 3. “É muito orgulho poder representar Brasília, cidade que sempre fui apaixonada. Amo os pontos turísticos, principalmente a Catedral”, disse a miss, que é natural de São Paulo e mora na capital federal há três anos.

Sem discussão
Enquanto a polêmica segue por aqui e por ali, no Varjão a paz reina. A miss da cidade já está escolhida e sem discussão. Ela foi a segunda colocada do evento em 2008 e foi coroada este ano por indicação direta da comunidade, já que não houve concurso. Comissária de bordo, Gabriela Aleixo dos Santos, 19 anos, 66kg e 1,75m, se exercita, faz dieta, massagem, ensaia, ensaia e ensaia para o grande dia. (Colaborou Marcelo Abreu)


Para saber mais
Escolhas no país e no mundo

Os primeiros registros de concursos de beleza no mundo datam do fim do século 19, mas é na metade do século 20 que começam a surgir instituições comprometidas com a escolha da mulher mais bonita. Criado pelo multimilionário britânico Eric Mosley em 1951, o Miss Mundo começou como um festival de biquíni. No ano seguinte, em 1952, a empresa Pacific Mills criava o Miss Universo, na Califórnia (EUA), para divulgar sua nova coleção de trajes de banho. As brasileiras só entraram no concurso em 1954, quando a baiana Martha Rocha, primeira Miss Brasil, conquistou o segundo lugar.

No Brasil, a primeira mulher a receber o título de mais bonita do país foi Violeta Lima Castro, em 1900. Seguiram-se a elas, ainda sem o status de “miss”, a paulista Zezé Leone, em 1922, a carioca Olga Bergamin de Sá, em 1929, a gaúcha Iolanda Pereira, em 1930, e a carioca Ieda Telles de Menezes, em 1932. O concurso seguinte só aconteceria em 1939 e foi vencido pela carioca Vânia Pinto. Dez anos depois, a goiana Jussara Márquez foi eleita a mulher mais bonita do Brasil. Atualmente, a vencedora do Miss Brasil se classifica para o concurso de Miss Universo. A segunda colocada representa o país no Miss Mundo, um evento mais prestigiado na Europa e na Ásia.

O Brasil já teve vencedoras nas duas competições. Lúcia Tavares Petterle levou o Miss Mundo em 1971. No Miss Universo, a coroa ficou com Ieda Maria Vargas, em 1963, e com Martha Vasconcellos, em 1968.

Post reeditado BBMB

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